CONTINUAÇÃO: 4ª PARTE
A NOVA GEOPOLÍTICA
(FUNDAMENTOS E IDEOLOGIA)
-A geopolítica Pós Guerra-Fria-
CONCLUSÃO
Acredito
não restarem dúvidas de que novos fatores, alguns imprevisíveis, passaram a ter
relevância e deverão ser levados em consideração na gestão das relações
internacionais e com isto novos “instrumentos” e formas de gestão foram postos,
alterando de certa forma o contexto em que eles se inserem, na prática da
gestão política internacional.
Mas,
a questão relevante que se coloca é se estes fenômenos, estas novas práticas
foram tão significativas a ponto de serem capazes de substituírem também os instrumentos
antigos e os objetivos da geopolítica clássica.
Em
outros termos, questionamos se realmente a busca pela supremacia mundial, que
predominou à época da geopolítica clássica foi efetivamente relegada para um
plano secundário, sendo substituída por objetivos mais nobres e verdadeiramente
altruístas como a busca pela paz, o respeito aos Direitos Humanos Universais
(de todos os povos), em sentido lato, enfim, por uma gestão política
internacional conscienciosa que privilegia a sobrevivência humana, ameaçada de
extinção pelo desenvolvimento tecnológico das armas e por uma industrialização
descontrolada com danos irreversíveis à natureza.
Na
Introdução afirmei que os politólogos da Nova Geopolítica, esperançosos por um
mundo em paz, falharam em 2 pontos. Em primeiro lugar, conforme procurei
demonstrar neste artigo, a luta pela hegemonia mundial continua e inclui novos
pretendente; em segundo, com base nas conclusões sobre o fim da Guerra-Fria, estenderam
as suas vãs esperanças para os outros países não hegemônicos e esqueceram os
“Focos de Tensão” (Friedman), que também existem entre eles.
É
neste sentido que questiono se as predisposições inatas do ser humano para dominar, controlar, agredir, ameaçar,
subjugar podem ser sublimadas pelo
respeito aos semelhantes, ou, ainda, simplesmente, pelo enaltecimento de
virtudes, que até o momento não foram capazes de amenizar os “instintos” mais
que animalescos.
Mas,
muito embora, a era da energia nuclear tenha sido um sinal de alerta que
contribuiu de alguma forma para o poder de dissuasão durante a Guerra- Fria,
ela não foi capaz de frear os investimentos das nações em armamentos mais
sofisticados, aumentando ainda mais os seus artefatos nucleares. Outrossim, não
impediu que as guerras se deslocassem para as periferias do mundo desenvolvido,
áreas de disputas das grandes nações rivais, segundo os seus interesses
geopolíticos. Pelo contrário, abriu novas frentes de estímulo aos conflitos e às
guerras em outros países.
Evidentemente,
se considerarmos que a agressividade é uma questão que diz respeito a evolução
da espécie, no sentido darwiniano, estaremos diante de um dilema (15).
Estaremos,
ainda, diante de um dilema se levarmos em consideração a questão da acumulação
desenfreada de riqueza, em benefício de certas camadas sociais (classes), tão
bem admirada e incentivada, principalmente na sociedade americana, onde as
virtudes são avaliadas pela competitividade excessiva e pela riqueza pessoal,
que trazem conflitos em escala nacional, transporta-os para a internacional, em busca de recursos
naturais e poder.
Mesmo
em sociedades em que a acumulação privada não é permitida, a luta pelo poder
envaidece, inebria o ego, permite acessos a bens luxuosos, ao sexo oposto, às
mordomias (serviçais). Em outras palavras, não elimina os vícios mais profundos
da alma humana. Vimos o resultado.
As
diferenças étnicas e identitárias são outro grande entrave a uma possível
convivência pacífica, de “respeito humanitário” (vide Anexo). O mundo está
dividido em diversos graus de desenvolvimentos econômicos, morais, religiosos,
de valores e crenças. A política de migração maciça que atualmente vigora na
Europa traz conflitos identitários (ethos societários), difíceis de serem
solucionados. Enquanto a diretriz da Comunidade Europeia é no sentido de
aceitar e integrar os imigrantes, diversos países constroem muros e impõem
vigilâncias nas fronteiras, em total desacordo e enfrentamento às orientações
“superiores”. (Sobre o assunto consultar Marshall, “A era dos muros”).
As
medidas e normas de desenvolvimento econômico impostas aos países não
desenvolvidos, através de instituições internacionais, tais como Banco Mundial,
OMC, OCDE, FMI e até mesmo a ONU, influenciadas pelas ideologias americanas, não
irão resolver as disparidades, com grandes possibilidades de o fosso (diferenças
relativas) aumentar (vide o tópico Liberalismo
Econômico e Privatização). Para uma melhor apreciação da atuação do Banco
Mundial na África ver Burgis, “A pilhagem da África”.
Vale
salientar que Robert McNamara, antigo secretário de defesa e um dos principais
artífices da guerra do Vietnam, foi deslocado para ocupar a presidência do
Banco Mundial no período de 1968-1981. Paul Wolfowitz, vice-secretário de
defesa dos E.U.A (um dos falcões da guerra do Iraque), também ocupou a
presidência do mesmo banco de junho 2005 a junho de 2007 (Lopez, wikipedia).
Além
disto, existe uma inviabilidade lógica em relação a expansão do modelo de
desenvolvimento que vigora no mundo desenvolvido, aos demais países do globo,
conforme afirmava Celso Furtado. O resultado é que sempre existirá um freio ao
desenvolvimento global.
Em
suma, é fundamental que não haja uma gestão da política internacional das
grandes nações visando uma supremacia a qualquer custo, impondo através da
síntese do poder político, econômico, financeiro, militar e ideológico, normas
e procedimentos que ferem os interesses mais legítimos de outros povos.
Não é apenas a
agressividade que choca, mas, sobretudo, a crueldade, a agressividade pela
agressividade com requintes de infligir aos outros sofrimentos desumanos, provavelmente
por uma satisfação neuropsicológica, inerente, e me parece, exclusiva da raça
humana.
A
história nos mostra exemplos de líderes insanos que manipularam as massas por
um ideal ilusório e as despertaram especificamente para a invasão,
o controle e o domínio de outros povos, fazendo aflorar os “instintos” e as paixões mais profundas e perversas da alma humana, colocando na
agressividade a panaceia dos dilemas humanos. Daí podermos recolocar a questão da agressividade
inata do ser humano, que não se esgota no fazer a guerra.
No
tópico referente ao conceito de Geopolítica Clássica afirmei a dificuldade de
um discernimento maior sobre esta questão, tendo em vista que não foram
utilizados os objetivos e os meios (instrumentos) de que ela faz uso.
Considerando
este vácuo no conceito de geopolítica convém um maior esclarecimento que
permita ao leitor ter uma melhor noção do que se trata.
Neste
sentido e focando o “conceito” numa perspectiva das grandes potências globais,
ousaria dizer, que entendo como geopolítica, em seus fundamentos e objetivo:
<<O
estudo da gestão das decisões políticas a nível internacional, através de
interferências diretas e indiretas, ofensivas e defensivas, que visam o
fortalecimento e a supremacia de uma nação (sociedade) em relação às suas
rivais, imediatas ou potenciais, considerando: a geografia (território), o
espaço aéreo, a cultura, a história dos povos, o avanço da ciência e
tecnologia, as estruturas políticas, a ideologia, associadas às posições
estratégicas; através de meios como a chantagem, ameaças econômicas e
militares, incentivo e apoio ao separatismo das minorias étnicas, revoluções e
desordens, o controle de recursos naturais, pactos e alianças com outras
nações, o avanço da ciência e tecnologia e até mesmo o enfrentamento militar>>.
Para
atualizá-lo, com vistas à Nova Geopolítica, poderíamos adicionar “e também por
meio de organismos internacionais” e “com vistas a controlar outras decisões a
nível internacional que dizem respeito à ameaça da sobrevivência da espécie humana
e dos Direitos Humanos e do desenvolvimento econômico”, sem mudar o seu
conteúdo.
Dessa
forma, pelo que foi exposto e levando-se em consideração os acontecimentos pós
debacle da URSS, constataríamos que os fundamentos
e objetivos da chamada Nova Geopolítica continuam a ser os mesmos da
Geopolítica Clássica, mas que foram adicionados outros meios (ou seja
organismos internacionais) e outros motivos (os que ameaçam a sobrevivência da
humanidade e os Direitos Humanos), que procuram justificar ideologicamente uma ingerência nas nações não poderosas e menos
desenvolvidas, com vistas a uma hegemonia global.
Conforme
ficou comprovado em diversas guerras (principalmente na Jugoslávia, Kosovo,
Iraque), a ONU é um órgão político (assim como diversos outros órgãos
internacionais), dominado pelo grupo de países mais poderosos, que não possui
poder de coação para impedi-los de exercer os seus poderes mais nocivos e beligerantes
mundo afora. Tem sido o palco no qual estes países ensaiam e exibem os seus
interesses geopolíticos disfarçados
em políticas em prol da humanidade.
Não
possui dotação orçamentária própria, ficando à mercê das contribuições dos
países mais ricos, fato que pesa nas relações de poder e nas suas decisões. Não
possui nem mesmo forças armadas, inviabilizando seu poder de coação. E, mesmo
assim, recebeu críticas e pressões do presidente dos Estados Unidos:
“Pagamos 22% do total do orçamento, e mais ainda. Na
verdade pagamos muito mais do que qualquer pessoa percebe. Se ela (ONU) pudesse
realmente cumprir todos os seu objetivos, o investimento facilmente seria
válido” (em https:/www.dw.com>pt,
“Quem paga a conta da ONU?, de 20.092017).
É
ideologicamente dominada pelas ideais e interesses dos países mais ricos e
poderosos, que se refletem também no seu braço comercial OMC, Órgão que visa
disciplinar e fomentar comércio internacional, sob uma nova ordem liberal. (BBC
News Br., em “Pressão dos EUA contra comércio global pode ter levado brasileiro
a deixar direção do OMC”).
Atualmente,
este Órgão encontra-se fragilizado face às críticas de não conseguir equilibrar
o comércio internacional entre os países ricos e pobres, pelas violações de
acordos, pela guerra comercial entre China e EUA e pelos ataques desferidos
pelo presidente dos Estados Unidos, “com
bloqueios de nomeações e ameaças de corte de verbas e abandono por parte de
Washington” (BBC News Br., em “Pressão dos EUA contra comércio global pode
ter levado brasileiro a deixar direção do OMC", 14/05/2020).
Conforme
Branco:
“Um exame
desapaixonado do conflito da antigo Jugoslávia tem necessariamente de ter em
consideração o papel desempenhado pelos atores externos, nomeadamente que do
grupo de países do ponto de vista geoestratégico mais se beneficiou com a sua
implosão. Foram estes Estados que promoveram e estimularam a sua dissolução e
que insidiosamente patrocinaram a sedição contra o poder jugoslavo, sem o
mínimo remorso pelo sofrimento humano que a defesa intransigente dos seus
interesses geoestratégicos iria provocar”.
“Sem se sentir obrigado a obter a concordância dos
comandantes militares da OTAN, o almirante Leighton Smith decidiu expandir
unilateralmente a área de operações. As autoridades da ONU encontravam-se
incapacitadas de o impedir” (pgs 269 e 225, respectivamente).
Os
relatos do Major-General Carlos Branco sobre Srebrenica, Krajina, as
investigações sobre a culpabilidade das granadas que explodiram no mercado de
Saravejo e as promessas da ONU de que com o cessar fogo e desarmamento dos
sérvios bósnios impediria que o ABiH ( Exército Muçulmano da Bósnia) se
aproveitasse do desarmamento unilateral imposto aos sérvios bósnios são
totalmente contrários às versões oficiais. O autor demonstra que não houve
genocídio em Srebrinica e que as forças muçulmanas praticaram monstruosas
chacinas aos sérvios bósnios antes dos acontecimentos; que ONU e demais órgãos
fecharam os olhos para o genocídio Krajina, onde os sérvios croatas foram
chacinados, com a “complacência”, inclusive dos meios de imprensa; que as
apreensões do general Ratko Mladic sobre o desarmamento unilateral dos sérvios
bósnios não foram sequer levadas em consideração (p. 230); que as investigações
sobre o atentado no mercado de Saravejo (onde a explosão de cinco granadas
mataram 37 pessoas e feriram 88) não foram conduzidas com isenção, apontando
falhas técnicas grosseiras nas conclusões (pgs 212 a 222).
Na
carta dirigida aos generais Benard Janvier e Rupert Smith, após os bombardeios
aéreos da OTAN, que desorganizaram as forças sérvios bósnias, o general Ratko
Mladic escrevia:
“... Estou surpreendido, como homem e como comandante,
pela vossa passividade e calma observação dos acontecimentos que estão a
passar...limitam-se a testemunhar as enormes baixas e o êxodo massivo da
população sérvia e não fazem nada... espero... que sejam tomadas medidas pelo Conselho
de Segurança para parar de uma vez com a ofensiva croata-muçulmana...”(apud Branco, p. 239).
Transcrevo
algumas das importantes passagens da obra do Major-General que não podem ser
ignoradas (16), que mostram tanto a submissão da ONU à OTAN (“leia-se os
norte-americanos”, Branco, p. 223) quanto à manipulação através da ONU dos
grandes interesses geopolíticos.
É
cediço que os valores humanitários em nome da civilização sempre serviram de
plataforma para as nações mais poderosas lançarem-se em guerras para dominar as
civilizações (nações) “indefesas”, mascarando interesses sinistros, tais como a
colonização, o controle dos recursos minerais, o comércio livre e de
escravos.
“Em 1910, Antoine Rougier escrevia:<<É
praticamente impossível separar os motivos humanos de intervenção dos motivos
políticos e assegurar o desinteresse absoluto dos Estados intervenientes. [...]
Assim, a intervenção de humanidade surge como uma forma jurídica engenhosa de
enfraquecer gradualmente a independência de um Estado para o inclinar
progressivamente para a semissoberania>> (apud Boniface, p. 245).
“Contudo, devemos estar cientes do fato de os
princípios proclamados como universais serem aplicados de forma seletiva (não
na Chechénia, em África ou no Médio Oriente, etc), que, por vexes, a moral só é
invocada para legitimar uma política de poder (como aconteceu no passado com a
colonização, os confrontos Este - Oeste, a guerra no Iraque) e que deveriam
definir em comum as normas consideradas universais” (Boniface, p.261).
“Os europeus dos séculos imperiais achavam-se enviados
pelos céus para evangelizar, conquistar e civilizar o mundo [...] e por razões
egoístas e mesquinhas. Hoje são outros os motivos invocados – os direitos
humanos, as liberdades individuais e democráticas, o desenvolvimento, a justiça
e a paz -, valores também nobres e justos mas que também continuam a cobrir
interesses menos nobres e menos justos” (Pinto, p.331).
O
capítulo final de “Guerra e Sociedade” (Correia) traz importantes considerações
sobre as polemologias das guerras atuais, que segundo o autor, fogem ao
paradigma clausewitziano de guerra, tido “como
fenômeno político-social, da responsabilidade de Estados ou de entidades
políticas, conduzido por forças armadas institucionais ao serviço de interesses
nacionais” (p. 199/200), mas simétricas.
Além
de tecer comentários sobre a recente evolução tecnológica, a qual modifica a
guerra em stricto sensu, o autor
menciona que as guerras atuais são efetuadas por outros atores como o
terrorismo internacional, as criminalidades transnacionais e a proliferação de
armas de destruição em massa, as duas primeiras a cargo de grupos civis,
paramilitares, criminosos e senhores da guerra (Somália), não institucionais,
por razões identitárias, étnicas, em afirmação de grupos minoritários com
aspirações separatistas, que ameaçam o monopólio do poder da força e da
violência pelo Estado (este segundo Weber).
Ora,
muitos destes crimes e outros tipos de agressividade já existiam muito antes
dos anos 90 do século passado, tais como: o crime organizado (que fizeram
sucesso com os filmes de Hollywood), as “guerras” de gangues nas grandes
cidades das regiões desenvolvidas (New York, Chicago, Los Angeles, Londres,
Manchester, etc), a violência doméstica, o bullying nas escolas perpetrado por
crianças, os estupros, assassinatos, a escravidão (os antigos “senhores da
guerra” na captura de escravos na África na origem e no destino), a pirataria
que atemorizava os mares e oceanos, também patrocinada pelos Estados, o
colonialismo direto, que agora se transformou em colonialismo
financeiro-econômico-tecnológico. De lembrar que Hitler e Mussolini já usavam
os meios de comunicação da época, com gestos teatrais e discursos inflamados,
para atingir seus objetivos (Ver Anexo). Então, teríamos de sopesar muito
destas “novas” questões.
Em
outras palavras, entendo que, em consequência de novas causas, o escopo das
guerras foi alargado, mas que não foram alterados os fundamentos da
geopolítica, diga-se da busca por supremacia pelas grandes nações e de suas
práticas, porque por trás destas guerras subjazem interesses das grandes
potências. Isto aconteceu nas guerras dos Balcãs, no Iraque, na Ciscaucásia e Transcaucásia,
em regiões da África Subsaariana (rica em recursos naturais), na Ucrânia e até mesmo
nas chamadas Revoluções Árabes (sobre a participação dos países ocidentais nas
Revoluções da Primavera Árabe, consultar Bandeira, especialmente capítulos XIV
a XX, em “A Segunda Guerra Mundial”).
Mas,
interessa-nos neste momento o ponto de vista opinião do autor:
“Sendo certo que esta deu lugar a novas guerras que
rompem com o paradigma clausewitziano, estas permanecem clausewitzianas e,
passam a conviver os dois paradigmas. Em conflitos até se assiste, com o seu
desenvolvimento, à passagem de um paradigma a outro. Estamos claramente num
período de transição em que o novo não se impôs definitivamente e o antigo
ainda não desapareceu radicalmente ( Correia, p. 200).
E
contrariando a conceituação da Nova Geopolítica cito a Diretiva da Casa Branca
2002 e os comentários do secretário de Defesa Rumsfeld, mencionados por Correia
(em “Guerra e sociedade”):
“As nossas forças serão suficientemente fortes para
dissuadir adversários potenciais de prosseguirem na edificação de uma estrutura
militar com o fim de ultrapassar, ou mesmo igualar, o poder dos Estados Unidos”
(Diretiva).
“[...] sabemos que por os Estados Unidos disporem de
um poder sem paralelo em terra, no mar e no ar, não faz sentido a potenciais
adversários tentarem competir conosco [...] devemos desenvolver novos recursos
cuja posse, por si só, desencoraje os adversários competirem (Rumsfeld, p. 189).
Por
fim, o reconhecimento pelo autor dos interesses geopolíticos dos Estados Unidos
no Cáucaso:
“Por último, têm de se incluir as intervenções externas,
as preocupações dos EUA com o acesso a esta região desde a sua intervenção no
Afeganistão, o que tem levado a uma competição com a Rússia no estabelecimento
de laços com Estados (que eram, acrescentei) tradicionalmente da área de
influência russa que alguns observadores, tem do como referência as três
guerras russo-britânicas dos séculos XIX e XX, classificam como o novo grande
jogo do século XXI, agora entre Rússia e Estados Unidos” (p. 203).
Em
todas estas guerras estiveram e estão presentes os interesses geopolíticos
americanos e aliados (com exceção a algumas regiões da África), em alimentar e
apoiar o separatismo, através das entidades não Estatais, de ONGs e outros
agentes midiáticos, cercando
militarmente a Rússia, cooptando os seus antigos parceiros (aliados), para fortalecer
a OTAN, com apoio da ONU, FMI e outros (sobre a Ucrânia, vide Bandeira).
Em
África, nas regiões ricas em recursos naturais, os interesses econômicos e
geopolíticos das grandes potências saltam aos olhos, “entrelaçam-se” aos
conflitos étnicos, aos diversos grupos criminosos privados, senhores de guerra,
preenchendo o vazio de poder, aos Estados falhados. Alguns aspectos se
sobressaem mais em razão de sua imensidão que comporta diferentes histórias,
etnias, religiões, posição geográfica e recursos naturais. (17).
“Estas
deslocações de movimentos de alto nível em terras de África, totalmente
inéditas até hoje, como os encontros nos Estados Unidos, ilustram evidentemente
o interesse destes últimos nos hidrocarbonatos africanos. Mas este interesse
diz mais largamente respeito a um conjunto de matérias- primas estratégicas como
o manganês, o cromo, o cobalto, os metais do grupo platina, etc. (Lopez, p.
132).
Sobre
a questão do petróleo africano tornar-se no único interesse estratégico
americano, conforme Kansteiner, Lopez acrescenta:
“Sem dúvida que se esqueceu de mencionar o gás e
outras matérias-primas estratégicas” (p. 125).
A
região do Catanga, a leste, na República Democrática do Congo se destaca como
de imenso valor econômico e estratégico, tendo em vista dos vastos recursos
naturais (rica em recursos minerais como cobalto, zinco, cobre, diamantes,
ouro, prata, carvão, magnésio). Durante a Guerra Fria a região já era palco de
disputa entre as duas potências adversárias, que “contribuíram” com armas, avaliadas
em milhões de dólares, para as guerras civis estimuladas pelas disputas
internacionais, por supremacia.
Muitos
destes recursos são indispensáveis às indústrias modernas, e ao domínio
tecnológico, daí a necessidade de garantir os seus fornecimentos, evitando
possíveis empecilhos de terceiros.
Os
recursos petrolíferos no enclave de Cabinda (entre a RDC e Angola), na Nigéria
e no Sudão são de interesse das grandes potências, que já exploram as regiões.
O Corno de África tem uma posição estratégica em razão do acesso ao Golfo de
Aden, Canal do Suez e Mar Mediterrâneo, mas enfrenta sérios problemas por uma
ausência de governo para fazer frente ao banditismo e ao poder dos líderes
tribais.
Os
Estados Unidos afirmam a disposição de ajudar os países pobres da África, mas
têm os olhos voltados para a Nigéria, país que possui as maiores reservas de
crude oil da África subsaariana. Apesar disto, foi o primeiro país do
continente a receber a visita do presidente do Banco Mundial e a se beneficiar
dos compromissos financeiros do referido banco, com acordos para o perdão de
dívidas pelo Clube de Paris, enquanto existiam países bem mais pobres (Lopez,
p. gs 156/7)).
Os
conflitos étnicos já existiam em praticamente todas as regiões, mas se
acentuaram com as divisões geográficas artificiais e arbitrárias feitas pelos
países europeus, que “construíram” estados-nações artificiais de acordo com os
seus interesses, assim como aconteceu no Oriente Médio (Vide Marshall, Correia e
Burgis). Sobre a guerra civil de Angola e os apoios internacionais consultar
Oliveira (Ricardo) e Pacheco.
Segundo
Correia:
“A projeção da Guerra Fria na África Subsaariana
dividiu o continente em zonas de influência de um e outro bloco, intensificou
as guerras civis e deixou as sementes de alguns dos conflitos devastadores que
se seguiram às independências”(p. 631, “Manual...”).
E,
embora os gastos militares também estejam direcionados para outros setores
tecnológicos, os principais países não se desfizeram de seus arsenais
nucleares. Como salienta Correia, o Tratado de Não Proliferação de Armas
Nucleares (TNP) se inscreve em acordos bilaterais e a ONU, cujo CS é dominado
pelas nações mais fortes, não consegue impedir a proliferação vertical, mas com
as influências destas nações procuram bloquear a horizontal.
Segundo
o autor:
“A contraproliferação é a negação da não proliferação pois,
no seu espírito, não está na eliminação do nuclear, mas, pelo contrário, a sua
perpetuação, desde que reservada às <<boas mãos>>” (p. 195).
Os
interesses geopolíticos (em seu sentido lato, incluindo os econômicos) e,
consequentemente, os conflitos deverão se acentuar como consequência dos interesses
econômicos da China que apoia governos, independentemente das suas ideologias e
dos seus regimes políticos, ao mesmo tempo, que incentiva as migrações para a
região (18). Sobre os dilemas da China em relação à sua posição geográfica consultar
Marshall, em “Prisioneiros da
geografia”, Bandeira e Lopez).
A
China tornou-se o novo player
internacional e começa a se posicionar de uma forma que assusta e desafia os
antigos “senhores”. A sua insuficiência e dependência em petróleo associada à
sua posição geográfica fez emergir sérias rivalidades com Filipinas, Vietnam,
Malásia, Indonésia e Singapura em relação ao domínio do Mar Meridional, que,
acredita-se, possuir recursos petrolíferos, apossando-se das Ilhas Paracels,
Spratley e Natuna, sob protesto dos países mais próximos às ilhas, ferindo à Convenção
Internacional de 1982, e estabelecendo o controle de 80% sobre o Mar Meridional
(Lopez, p. 265 e Marshall). Ainda mantém
conflitos com o Japão (com este pelos recursos do Mar da China Oriental) e
Coreia do Sul pela hegemonia do Oriente e com a Índia.
“De um modo mais geral, este aumento do poder da China
inquieta o Japão em todos os aspectos: militar, geoestratégico e econômico”
(Lopez, p 304)
“O seu apetite
não tem limites” (Lopez, p.305).
Para
contornar a sua dependência de transporte de petróleo no Estreito de Malaca (estima-se
que 25% do transporte de mercadorias do mundo passa pelo Estreito, para atender
os países localizados no Oriente, incluindo a China), controlado pelos Estados
Unidos, fez alianças com o Paquistão para construir um oleoduto que liga o
porto de Gwadar à região chinesa de Xinjiang (uigures, muçulmanos de língua turca),
outro associado à Birmânia (Mianmar), com destino a Yunnan, no Sul da China e
também desenvolve infraestruturas militares nas ilhas no Golfo de Bengala e Mar
de Andaman (Birmânia). (Para mais
pormenores ver Lopez).
Já
nos referimos a discórdia entre E.U. e China com relação ao istmo de Kra, na Tailândia, que permitiria não
só encurtar o caminho que se faz pelo Estreito de Malaca em aproximadamente
1.000 km mas também evitar o controle através de Singapura, Indonésia e Malásia,
navegando pelo Golfo da Tailândia para entrar no Mar da China Meridional.
Os
E.U. ocupam posição geoestratégica importante no controle do transporte de
mercadorias para o Oriente. Este país possui bases em Singapura, Filipinas,
Coreia do Sul e Japão (Okinawa), que dá acesso ao Pacífico, e relações
estreitas com Austrália e Índia. Além disso, possuem bases em países do Oriente
Médio e frotas posicionadas no Mediterrâneo (6ª frota), Estreito de Ormuz
(Golfo Pérsico, 5ª frota), e Pacífico (3ª e 7ª frotas, com bases em Midway,
Havaí, Okinawa, Guam). (Lopez).
Em
suma, os Estados Unidos não deverão abandonar estes e outros pontos
geoestratégicos, que lhes permitem controlar as rotas de transporte para o Oriente
através do Estreito de Malaca, mormente o petróleo, mesmo que a exploração do
xisto e a exploração do petróleo proveniente do Canadá lhes permitam a
autossuficiência. Este país terá interesse em vigiar o movimento do petróleo
mundial porque esta fonte de energia viabiliza a guerra, e também de outras
matérias primas. A Alemanha tencionava controlar o Cáspio com suas reservas
petrolíferas, mas soçobrou em Stalingrado e se fragilizou.
Segundo
Lopez, em 2005, os objetivos dos E.U.A. na Ásia Central incluíam “o cerco e containment da China, marginalizar a
Rússia e afastar o Irão da redistribuição das riquezas” (p. 175).
Por
outro lado, na Europa, a Alemanha ofuscou a presença política da França na
União Europeia, sendo o país europeu dominante economicamente. Com a crise
econômica de 2008 impôs as regras do jogo de acordo com os seus interesses, não
dando qualquer espaço à França, que acreditava que dominaria politicamente a
aliança. Segundo Friedman, a Alemanha com o seu poderio e domínio econômico
deverá ter o equivalente no campo político e militar, mesmo que tente evitar. A
França ferida em seu orgulho ao perder espaço na União Europeia deslumbra uma
união com os países do Mediterrâneo, incluindo a África, cabendo-lhe assumir uma
liderança política para contrabalançar o domínio alemão (Friedman).
Para
o autor, citando Arendt, é “perigoso ser-se rico e fraco” e “riqueza sem força
é um convite ao desastre”. O mesmo aplica-se para o Japão.
Assim:
“Por isso a Alemanha vai tornar-se uma potência de
pleno direito, primeiro exibindo a sua força política e, a seu tempo, a sua
força militar, à medida que as pressões aumentarem” (Friedman, p. 238).
“As nações não escolhem envolver-se em políticas
externas assertivas. As circunstâncias obrigam-nas a fazê-lo. [...] Uma vida
econômica próspera sem necessidade de proteção é insustentável” (idem, p. 239).
Novas
conjecturas estão postas, ao mesmo tempo em que a Rússia ressurge do caos que
vivenciou com o esfacelamento da União Soviética.
Ao
contrário do que os pacifistas esperavam as despesas das nações em armamentos,
para 2019, foram, segundo a ordem de valores: 1º) Estados Unidos com USS 649
bilhões, representando 36% dos gastos militares do mundo; 2º) China com USS 250
bilhões; 3º) Arábia Saudita USS 67,6; 4º) Índia 66,5; 5º)França 63,8; 6º) Rússia
com 61,4 USS bilhões. Os totais das despesas alcançaram a cifra de USS 1,822
trilhões (https://www.dw.com>pt).
As
nações não fazem concessão à paz porque também têm que fomentar os interesses
comerciais dos seus grandes complexos militar-industriais.
Erradamente,
quando pensamos e falamos em guerra associamos imediatamente o embate militar
que causa destruição física e morte em grande escala.
Em
anexo, afirmamos que a agressividade individual não se manifesta apenas
fisicamente, mas também através de outros meios sutis que submeta o rival ao seu poder discricionário, que vai
desde a intimidação direta e até o poder indireto e virtual, causando prejuízo
ao adversário, como é o caso da agressividade psicológica, ou causar um
prejuízo ao outro através do poder econômico e político.
Do
mesmo modo, ampliando a escala, podemos também conceber que a “guerra” é o fenômeno
social pelo qual um país (sociedade) procura infligir ao rival (potencial ou
imediato) danos “físicos”, psicológicos, econômico-financeiros, políticos, de
forma a conseguir qualquer vantagem sobre o adversário, submetendo-o ao seu
domínio, cerceando os seus desejos e as suas necessidades.
Mais
recentemente, entra nesta categoria a guerra levada a cabo pelos meios
de comunicação que visam a desestabilização de governos, através de procedimentos
que levam em consideração a “dissonância
cognitiva”, os nós semânticos, a desinformação e as informações falseadas
(Valle, cap. II), ataques cibernéticos, comprovados nos levantamentos da
Primavera Árabe e Revolução Laranja (Ucrânia). Em tempos mais remotos estes
procedimentos desestabilizadores ficavam a cargo dos agentes secretos. Com a
evolução tecnológica trava-se uma nova guerra no ciberespaço.
A
cooperação e colaboração dos media
com o poder é uma realidade, que também se esconde sob o manto da “liberdade de
imprensa” e da proteção sobre a revelação das fontes. Nos regimes totalitários
são diretamente controlados pelo governo. Com a revolução tecnológica dos meios
de comunicação, as notícias falsas e comprometedoras proliferam e muitas delas
são rapidamente esquecidas e superadas por novas notícias falsas, antes que
sejam devidamente analisadas e esclarecidas. De acordo com Baños bloqueiam a
mente e nos fazem pensar que chegamos por nós mesmos às conclusões (pgs 220-232).
A guerra
se desenvolve em diversas frentes, são as “guerras híbridas” (Baños: coação
econômica, desinformação, terrorismo, atividade criminosa e subversão para
provocar desordens civis e confrontos localizados), e o enfrentamento militar
nem sempre é necessário, e deve ser evitado quando existem outros meios mais
eficazes, pois a guerra de exércitos exaurem os cofres públicos e trazem a
destruição, conforme advertiu Sun Tzu:
Comentários de Li Chu’an: “Ora, quando o exército
progride em território estrangeiro, os cofres do tesouro esvaziar-se-ão no
interior do território nacional” (p. 40).
“Pois nunca Estado algum beneficiou de uma guerra
prolongada” (p. 41)
“O essencial da guerra é a vitória, e não as operações
prolongadas. (p. 45).
“Com efeito, conseguir cem vitórias em cem batalhas
não é a maior das excelências, mas sim subjugar o exército inimigo sem sequer o
combater” (p. 47).
“Assim, aqueles que são avisados na arte da guerra
submetem o exército inimigo sem combater, tomam as cidades sem lançar qualquer ataque
contra elas e derrubam um Estado sem operações prolongadas” (p. 50).
Estes
assuntos foram tratados por Sun Tzu, na sua obra “A arte da guerra” e outras críticas
à guerra total de Clausewitz são postas por Keegan.
Praticamente,
todas as artimanhas que se usa hoje em dia na “arte” da guerra já eram
conhecidas e praticadas pelos antigos, evidentemente, adaptadas às condições
tecnológicas da época (Nota 19).
Com
o pouco passar dos tempos, os devaneios de muitos politólogos sobre a “paz mundial”, em tempos da Nova
Geopolítica, se desvaneceram diante de novos desafios e a persistência pela
busca da supremacia mundial (e até mesmo regional) ainda permanece,
demonstrando que ainda não nos desvencilhamos dos traços da geopolítica
tradicional.
Infelizmente,
meus olhos e mente não alcançam este breve futuro de paz, regendo as relações
internacionais entre as nações e, simultaneamente, mais uma vez, coloco a
questão da agressividade inata ou adquirida do ser humano.
Para
respondermos sobre o porquê da guerra temos, em princípio, que considerar todos
os vícios e desvios mais profundos da alma humana e em seguida integrarmos a
estes os condicionantes sociais e mesmo os eventuais. Um trabalho hercúleo,
para não dizer impossível, se considerarmos ainda o vício da passionalidade dos
humanos.
Também não deixa de tratar-se de uma síndrome (patologia) do dominador. Inglaterra, França, Alemanha, Holanda, Japão, Império Otomano, Império Austro-húngaro, Rússia com seus países satélites formando a US, Portugal (até mesmo os missionários), Espanha e, obviamente, Estados Unidos, para citar exemplos mais recentes, abusaram ou exorbitam do poder, foram ou são cruéis com os povos dominados. Qualquer outro que vier dominar fará o mesmo.
Como diz o velho ditado: “da cobra se espera uma picada, do cavalo um coice e do ser humano, TUDO”.
NOTAS:
(15).“A
extinção resulta principalmente entre as tribos e raças. Diversos obstáculos
estão sempre em ação para reduzir o efectivo de cada tribo selvagem – como
fomes periódicas, os hábitos Nômades, as guerras os acidentes, os costumes
libertinos, o rapto de mulheres, o infanticídio e, sobretudo a fertilidade
reduzida. [...] e quando, de entre duas tribos vizinhas, uma se torna menos
numerosa e menos forte do que a outra, o conflito é rapidamente resolvido pela
guerra, pelos massacres, pelo canibalismo, pela escravatura e pela absorção”
(Darwin, 208);
“Não
há dúvida de que o homem, como qualquer outro animal, progrediu e chegou à sua
elevada condição actual graças à luta pela sobrevivência, resultante da sua
rápida multiplicação; e se vai progredir, é, portanto de recear que tenha de
continuar a estar sujeito a uma luta pela sobrevivência” (idem, p. 636).
Nas
“Notas sobre o Autor”, encontramos também uma síntese das suas concepções: “A
teoria da evolução natural de Darwin e Wallace, para a qual a Origem das
Espécies foi o contributo mais importante, parte do princípio, e da
constatação, de que numa espécie os indivíduos não são totalmente iguais uns
aos outros (existe variabilidade intraespecífica ) e de que parte dessa
variabilidade é hereditária. Por limitação de recursos (alimento, abrigo e
parceiros sexuais) existe competição entre os indivíduos, tendo uns mais
sucesso do que outros (p. 649).
(16).
Sobre Srebrenica: “As relações com os sérvios foram igualmente degradando-se
devido aos incessantes raids lançados
pelas forças muçulmanas a partir do enclave contra as populações sérvias que
viviam nas aldeias circundantes e que
redundavam frequentemente em monstruosas chacinas” (p. 178).
“À
semelhança das chefias políticas que se entretinham em lutas fraticidas pela
liderança de “opstina”, também a liderança militar do enclave se encontrava
profundamente dividida e incapaz de tomar decisões” (p. 197).
“Após
uma condenação inicial de dois anos o Tribunal acabou por ilibar Nasser Oric
por “faltas de provas”, apesar das atrocidades por este cometidas, nomeadamente
a decapitação de sérvios por soldados da 28ª Divisão (do ABih) que ele
comandava ... Como admitiu Holbrook no seu livro (enviado por Clinton para
mediar o conflito), com a franqueza que lhe era conhecida “...o Tribunal (o
ICTY) emergiu como um valioso
instrumento de política que nos ajudou...”.
“Os
acontecimentos de Srebrenica não podem nem devem ser confundidos com os que
viriam a ter lugar um mês mais tarde na Krajina, onde o exército croata levou a
cabo uma operação de assassínio sistemático da população sérvia... não poupando
ninguém. [...] Os acontecimentos de Krajina nunca foram considerados genocídio
pelo Tribunal” (p. 206).
Sobre
a conclusão das mortes no mercado em Saravejo, que mudaram os destinos da
guerra (por desconhecimento do assunto me abstive de comentar os aspectos
técnicos):
“Com
esta explicação, o G2 (da UNPROFOR - Força de Proteção das Nações Unidas)
conseguiu desferir uma estocada final na sua credibilidade, demonstrando
desconhecer os rudimentos mais básicos da técnica de tiro de morteiros (p.
215).
“E
foi assim com tantas incertezas e imprecisões que se iniciou uma ação militar
que viria ser determinante no estabelecimento de uma nova ordem na Europa e no
mundo” (p. 221).
“Recorrendo
à sua conversa com Tudman (presidente da Croácia) no dia 14, HolBrooke (chefe
da equipe de mediação enviada Clinton para a Bósnia) aconselhou Tudman a
apressar-se e a capturar mais território antes que o cessar-fogo entrasse em
ação, muito em particular para atacar os sérvios bósnios em três regiões
específicas – Sanski Most, Prijedor e Bosanski Novi situadas no território da
Bósnia, objetando apenas o ataque a Banja Luka” (p. 238).
(17).
Sobre as guerras na África Subsaariana e Ocidental até o Corno de África: “Há
várias razões que para isso contribuem, do que se destacam: a persistência de
alguns Estados frágeis, alguns mesmo falhados; conflitos herdados de
colonizações agitadas, muitas vezes violentas e com dificuldade e consolidação
de identidades nacionais; recursos econômicos abundantes em regiões onde é
visível o vazio de poder e que se tornam objeto de cobiças várias, internas e
externas, envolvendo senhores da guerra e células de criminalidade
transnacional, mosaicos identitários complexos de base étnica ou religiosa;
privatização das guerras com a proliferação de empresas militares privadas em
substituição de forças armadas nacionais inexistentes ou ineficazes (p. 211).
A
intervenção de forças internacionais (Região da África Ocidental) de manutenção
de paz degenerava, por vezes para conluios corruptos com os poderes dominantes
(p. 212).
No
Sudão encontramos alguns paralelismos com a Nigéria, predominância de
contradições religiosas e do fator petróleo (p. 212).
“Expoente
do Estado falhado e palco de novas guerras [..é a Somália. Sem o poder central,
dada a fragilidade do Governo Federal de Transição (GFT), desmembrado em
espaços políticos que se assumem como independentes sem que sejam reconhecidos, a Somália é pasto de
senhores de guerra, de líderes tribais, de bandidos armados [...].
Acresce
a sua posição geográfica de alto valor estratégico internacional, o que a torna
centro de preocupações das maiores potencias, até porque reúne toas as
condições para se transformar em sede explosiva de centros de terrorismo
internacional ...” (p. 213).
(18).
A China se lança para uma expansão territorial e marítima, para garantir acesso
aos portos de águas quentes e, também, para garantir as reservas de recursos
naturais necessários para a sua sociedade e expansionismo. Além de se dirigir
para a África, busca se assenhorar do Mar Meridional, em controvérsia com os
demais países da região (Filipinas, Malásia, Vietnam, Indonésia, Brunel) que
reivindicam o mesmo direito.
Para
contornar a sua vulnerabilidade geográfica em relação ao petróleo do Golfo Pérsico
fez acordo com o Paquistão arrendando o porto de Gwadar visando transportar
petróleo para a região de Xinjiang, que reivindica um Estado separatista, pela
etnia uigures, povo de origem turca (Vide ainda Bandeira, cap. VI de “A Segunda
Guerra Mundial”).
Depende
do Canal de Málaca, por onde passa o transporte 80% do petróleo vindo do Golfo
Pérsico, sob o controle dos Estados Unidos que possuem uma base aérea (Paya
Lebar) instalada em Singapura, juntamente com ingleses e australianos que
possuem bases em outras áreas.
Este
problema poderia ser resolvido com a abertura de um canal alternativo no Istimo
de Kra, na Tailândia, diminuindo o percurso em 1200 Km, reduzindo, portanto, o
custo de transporte e a vulnerabilidade da China frente aos Estados Unidos e
aliados. Singapura, Malásia, Indonésia e, principalmente dos Estados Unidos e
Reino Unido criam obstáculos à construção do canal, por razões óbvias (https://www.oladooculto.com, em “O Canal da discórdia entre EUA e China”).
Os
Estados Unidos e aliados não tiram os olhos da Rússia e procuram cercá-la
militarmente de todas as formas com a OTAN e economicamente através de acordos
com países que pertenciam a extinta URSS e com os países aliados do Oriente
Médio, para influenciar o preço do petróleo, dificultando seu ressurgimento
(Rússia) como potência global.
No
Oriente Médio países lutam pela supremacia regional que se entrelaçam com
“facções” étnicas e religiosas, com o apoio de mercenários, constituindo
verdadeiros barris de pólvoras.
Os
conflitos étnicos e religiosos ainda se propagam em diversas regiões
subdesenvolvidas do globo sem soluções à vista, mas sob os olhares nada
republicanos e participações indiretas das grandes e poderosas nações. Contudo,
poderão se alastrar para outras regiões mais desenvolvidas em decorrência das
migrações massivas atuais, sendo impossível qualquer previsão.
Outrossim,
as possibilidades de exploração dos recursos naturais do Ártico abrem novas
frentes para disputas, que já se ensaiam algumas nações reivindicando direitos
sobre partes da região.
(19).
“Por exemplo, durante 27 anos da Guerra do Peloponeso (431-404 a.C.), apenas
ocorreram duas grandes batalhas terrestres: Mantineia (418 a.C.) e Delos (424
a.C.). Como relata Tucídides no seu trabalho sobre a guerra, dada a assimetria
entre o per naval ateniense e a poderosa infantaria espartana, as ações mais
comuns foram ataques de surpresa, fustigação de tropas, ações terroristas –
como hoje lhes chamaríamos -, cercos, destruição sistemática de terras
agrícolas (sabotagens) e envenenamento de poços” (Baños, p. 341).
“Em
seu livro Guerrilha, T.E. Lawrence
apresentava as chaves para como o fraco deve agir contra o forte, com base nas
experiências dos combatentes árabes contra os turcos na Primeira Guerra
Mundial: ser superior em qualquer aspecto que possa ser considerado decisivo;
nunca entrar em contato com o inimigo; nunca oferecer um alvo aos soldado
inimigo; contar com uma espionagem perfeita; fazer uso da propaganda;
constituir uma força muito dinâmica e bem equipada tão pequena quanto possível;
procurar o elo mais fraco do adversário e concentrar-se nisto; estabelecer
batalhas morais e não físicas; atingir, fugir e não pressionar, mas acertar;
utilizar explosivos potentes; impor a máxima irregularidade e articulação;
dispor de uma base intocável; contar com uma população amistosa; e dispor de
total mobilidade” (Baños, p. 343).
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