A “arte” sem criatividade, talento e trabalho.
(uma pequena
contribuição de um leigo sobre a arte atual)
A polêmica sobre as exposições recentes em Porto Alegre e São
Paulo, ativaram as mentes da sociedade, com pronunciamentos de diversas
pessoas, inclusive aquelas não tão interessadas, em nome da moralidade, dos
bons costumes, da lei, do respeito ao menor, considerado ainda não
psicologicamente maduro e também da estética artística.
Não seria preciso frisar que os comentários aqui esboçados são individuais, por parte de quem não é um especialista em arte, mas teve a
oportunidade de visitar ao longo de sua vida, diversos museus e Igrejas da
Europa, Estados Unidos e Brasil, sempre com um pouco de curiosidade sobre as
artes pictóricas, as esculturas e até um pouco da arquitetura e os comentários
a respeito daquelas que mais lhe interessaram. Digo isto apenas para realçar que
minhas opiniões possuem um viés e como disse não sou especialista.
Confesso a minha preferência pelo classicismo da Renascença, barroco, impressionismo,
expressionismo, em determinado momento o cubismo e alguma coisa da arte
abstrata (Kandinsky por exemplo). Sem querer ser desrespeitoso com os demais:
Botticelli, Da Vinci, Michelangelo, Caravaggio, Velázquez, os impressionistas de um modo
geral (Monet, Renoir, Degas), Cezanne, Munch (O grito), Matisse, Picasso, Miró, Kandinsky (pai do abstracionismo) e até gosto um pouco de Pallock. Talvez seja um saudosista e
por isso não tenho grande interesse pela arte atual.
Importante que esclareça que o artigo não pretende ser um estudo sobre a arte, a sua história e evolução, muito menos uma referência sobre o assunto. Tudo, ou quase tudo, do que é dito aqui sobre alguns estilos artísticos anteriores e seus renomados artistas pode ser encontrado em alguns livros, óbvio. Não tenho bagagem para ser expoente no assunto, não sou um estudioso da arte, apenas um curioso esporádico. E, em muitos casos, tenho até dificuldades para digerir o que os estudiosos dizem.
Entretanto, não poderia deixar de expressar o meu descontentamento com os rumo da arte moderna e para isto tive que recorrer, em meu auxílio, de forma bastante sucinta, o que foi e continua sendo dito sobre os diversos estilos artísticos.
E só poderia dar a minha opinião sobre a arte "interativa" atual fazendo uma referência e um breve comparativo com outros estilos artísticos, o que eles têm em comum e que os distingue da arte atual.
Por estes motivos o problema passou a ser a dificuldade em conciliar o muito que poderá ser dito sobre arte, com o necessário e a extensão do artigo, sem que isto traga um desinteresse pelo leitor. Caso isto ocorra poderá ele se concentrar nos tópicos "Elementos necessários a uma boa obra de arte", "Conclusão" e, logicamente, na minha "Proposta", sobre como ganhar um trocado com esta arte. Quem sabe possam se interessar e considerar uma ideia "genial".
Relendo, percebi que muitas assuntos poderiam ser melhor retratados com exemplos e enriquecidos, sem comprometer a sua característica de artigo. É o que pretendo fazer em breve, citando a pintura "O grito" do artista norueguês Edward Munch.
Importante que esclareça que o artigo não pretende ser um estudo sobre a arte, a sua história e evolução, muito menos uma referência sobre o assunto. Tudo, ou quase tudo, do que é dito aqui sobre alguns estilos artísticos anteriores e seus renomados artistas pode ser encontrado em alguns livros, óbvio. Não tenho bagagem para ser expoente no assunto, não sou um estudioso da arte, apenas um curioso esporádico. E, em muitos casos, tenho até dificuldades para digerir o que os estudiosos dizem.
Entretanto, não poderia deixar de expressar o meu descontentamento com os rumo da arte moderna e para isto tive que recorrer, em meu auxílio, de forma bastante sucinta, o que foi e continua sendo dito sobre os diversos estilos artísticos.
E só poderia dar a minha opinião sobre a arte "interativa" atual fazendo uma referência e um breve comparativo com outros estilos artísticos, o que eles têm em comum e que os distingue da arte atual.
Por estes motivos o problema passou a ser a dificuldade em conciliar o muito que poderá ser dito sobre arte, com o necessário e a extensão do artigo, sem que isto traga um desinteresse pelo leitor. Caso isto ocorra poderá ele se concentrar nos tópicos "Elementos necessários a uma boa obra de arte", "Conclusão" e, logicamente, na minha "Proposta", sobre como ganhar um trocado com esta arte. Quem sabe possam se interessar e considerar uma ideia "genial".
Relendo, percebi que muitas assuntos poderiam ser melhor retratados com exemplos e enriquecidos, sem comprometer a sua característica de artigo. É o que pretendo fazer em breve, citando a pintura "O grito" do artista norueguês Edward Munch.
Conhecer arte
Admirar e entender de arte não parece uma tarefa tão simples
quanto vulgarmente se imagina. Não é apenas dizer gostei ou não gostei. Além da
sensibilidade, em captar o impacto e a expressão da obra, deve-se estar atento
para o ambiente social e cultural à época, à evolução e a qualidade dos
materiais, a vida do artista, suas correspondências e opiniões. Comparar suas
obras com outras de artistas contemporâneos. Nas artes sacras, ou temas
religiosos, conhecer as passagens e os seus significados, conhecer os mitos
quando se tratam de obras carregadas de representações mitológicas.
Além disto, é necessário se descondicionar e desnudar das
convenções, quando se trata de uma obra criativa, inédita, revolucionária, em
termos artísticos e não socialmente. Voltarei a este assunto oportunamente. Por isso, verdadeiros artistas criativos só
foram posteriormente reconhecidos. Estavam além de seu tempo.
Dou-lhes um exemplo: embora fosse aficionado pela musica
clássica de Mozart e Vivaldi, com toda aquela harmonia, só consegui realmente
admirar Beethoven quando um profundo conhecer me explicou o significado de sua
música e o momento em que ele rompeu com o classicismo.
Da mesma forma, não se pode admirar toda a beleza de “ A volta
do filho pródigo”, de Rembrant, sem saber o seu significado bíblico, que
inclusive pode ter duas interpretações. Muitos dos artistas de hoje não têm
cultura artista, não experimentam, não trabalham “verdadeiramente”. O mesmo se diga da obra "A incredulidade de São Tomé", de Caravaggio, com comentários no tópico sobre o Barroco.
Entendo a arte pictórica e escultura como a combinação de
três elementos ou fatores: criatividade, talento (habilidade no trato do objeto
da arte) e trabalho.
Os elementos
necessários a uma boa obra de arte
Acho muito difícil conceituar com limites definidos e fixos
estes elementos porque de uma certa forma eles interagem entre si e contribuem
para com o outro.
Criatividade: “inventividade, inteligência e talento, natos ou adquiridos, para
criar (nada disse), inventar, inovar quer no campo estético ....” (Google).
Acredito que na arte seria o novo, a originalidade, que não deixa de ser uma forma de talento, a maneira individual que o artista aborda o
tema da obra, incluindo nela o uso dos materiais utilizados na sua elaboração,
para ajuda-lo na sua forma de expressão.
Talento: seria o dom, a habilidade em tratar com o objeto, de
transmitir expressividade, uma mensagem própria, através do cromatismo, da
plasticidade, da disposição dos elementos que compões o quadro, da
luminosidade, da habilidade no desenho, para as artes que estavam mais
associadas a uma reprodução dos elementos naturais e humanos.
Podemos observar que também estes atributos fazem parte da
criatividade. Mas, tanto a criatividade quanto o talento podem ser aprimorados
através da aprendizagem, da experimentação, do contato com outras obras
diversas, como Picasso com a arte africana e asiática.
Por exemplo, com o seu “sfumato” Da Vinci demonstrou tanto
criatividade quanto talento. Como distinguir? E existem obras em que se percebe
mais o talento, mas nem por isso deixa de haver criatividade.
Da combinação destes dois elementos e da disposição dos
demais elementos em torno do elemento central o artista dá expressividade à sua
obra (pictórica).
Trabalho: o esforço físico e mental que o artista dispende
durante a execução da sua obra, bem como os projetos, ou a pré-elaboração.
Se visitarmos a obra “Guernica”, do pintor Picasso, podemos
observar os seus preparativos, que deveras consumiram mais trabalho do que a
elaboração da própria obra. O esforço do antes e do durante encontra-se materializado
na obra do artista, muito embora não possamos distinguir. Também é este o
momento da experimentação, das tentativas.
Ora, se é através do trabalho que o artista alarga a sua
criatividade, e através da experimentação que aprimora o seu talento. Nesse sentido,
o trabalho não deixa de ser a materialização da criatividade e do talento.
Portanto, o que quero esclarecer é que para mim estes três
elementos não se destacam de forma tão individual, embora possamos ter uma ligeira
impressão ou ideia de cada um deles. Mas eles formam um todo que dão
expressividade a obra de arte.
Mesmo estando mais focado na arte pictórica, acredito que não
existe uma obra dita de arte em que não esteja presente estes elementos, logicamente
de forma diferenciada.
Por exemplo, na arquitetura o artista (arquiteto) planeja a
obra, que é o seu trabalho e onde estão a sua criatividade e talento, mas não a
executa e nem mesmo controla.
Na ópera considerada por muitos a mais perfeita obra de arte,
onde estão em presentes e em conjunção diversas artes, canto, interpretação,
enredo, música, cenário, o artista dono do show, interpreta e embora tenha o
dom da voz, dispende esforço físico e mental, além de se envolver nos ensaios
(experimentação).
No teatro o artista (a) interpreta (talento), cria na sua
interpretação, dá o seu toque, faz o seu trabalho durante o espetáculo e
participa dos ensaios. O mesmo se pode dizer da dança.
Exemplos e comentários
sobre algumas obras de arte e artistas
Para uma melhor facilidade de expor o que desejo transmitir
passo a comentar algumas obras de arte juntamente com os seus protagonistas
(artistas), sem obedecer uma ordem cronológica.
Capela Sistina (Vaticano): quando se adentra na Capela
Sistina somos absorvidos por uma das obras mais impressionantes de que se tem
história. Ficamos imaginando o trabalho do artista, seu esforço físico e mental
para concluí-la.
Se for religioso e cristão será tomado por uma
espiritualidade invulgar. Somente a esquemática da obra demorou quatro anos.
Sabe-se que o artista realizou o seu trabalho de forma bastante desconfortável,
havendo até uma hipótese de tê-lo feito deitado, posteriormente negada por
Vasari.
Compõem a obra diversos temas com cenas do Gênesis, desde a
Criação, o Pecado Original e ao Juízo final. Seu símbolo mais divulgado, com
milhões de reproduções fotográficas, é o detalhe do toque entre os dedos de Deus
e Adão.
Para entendê-la precisaríamos de um longo esclarecimento
sobre o esboço da obra, os significados bíblicos. Mas, não se espantem, porque
é possível admirá-la sem que seja um profundo estudioso. Este é o milagre.
Não conseguimos distinguir a criatividade, o talento e o
trabalho do artista, todos convergindo para uma expressividade da obra, como um
todo, sendo impossível separar os 3 elementos, muito embora possamos tentar ter uma
superficial e imperfeita ideia de cada um deles no contexto.
Mona Lisa: possivelmente a obra mais famosa do mundo, do
pintor e “cientista” Da Vinci. Através do “sfumato” podemos ter noção de toda a
criatividade e talento do artista, com o jogo de cores, com as imagens se
dispersando como que cobertas por uma névoa. O seu trabalho incluía diversos
estudos sobre a técnica da perspectiva, da qual foi um expoente.
E no final a pergunta: Está Mona Lisa sorrindo? A resposta
fica por conta do observador. Há interação entre a obra e o observador?
Picasso: considerado um dos artistas mais talentosos e
produtivos, passeou ao longo da vida por diversos estilos, sendo precursor,
juntamente com Braque, do “cubismo”. Com “Les Demoiselles d’Avigonon” inicia um
novo estilo artístico, com repercussões durante todo o século XX.
Considerado um exímio desenhista optou por uma arte que
quebrou com os padrões do classicismo, inaugurando a arte moderna. Foi um
trabalhador incansável até o final de seus 92 anos, realizando diversos
experimentos com cores, composições e
materiais trabalho. Foi também brilhante escultor.
Quer gostemos ou não da sua arte “modernista” não podemos
pensar os rumos da arte do século XX sem Picasso.
Matisse: quase o mesmo se diga deste artista que no final da
vida, com problemas de saúde não podia trabalhar em pé, mas isto não o impediu
de tentar novos experimentos e novas formas de composição.
Na sua obra mais famosa “A dança” empregou toda a sua
criatividade e talento para exprimir a sutileza e leveza dessa arte, com apenas
quatro cores, sem preocupações dos mínimos detalhes físicos.
E aqui é onde mora a sua genialidade: parece pintura de
criança (como muitos pensam), mas não conseguem fazer nem de longe algo
parecido, com tanta expressividade e simplicidade.
Van Gogh: que não liberto de sua doença mental crônica
libertou as cores, num ato de extrema ousadia e, infelizmente, não foi
reconhecido durante a sua existência.
Trabalhador compulsivo despejou o seu talento e criatividade
em torno de 900 obras de arte, entre elas “Noite estrelada” de extrema
originalidade e beleza, quando somos tomados por um turbilhão de sensações, que
não sabemos explicar e discernir. Também
“Ciprestes”, “Girassóis” e diversos autos retratos.
Introduziu de forma forte o amarelo em suas composições
talvez por problemas de alimentação e extravagâncias no manuseio das cores. Identificava o amarelo na cabeça das figuras como uma “aura”
dos santos.
Se quisermos ter uma ideia de sua criatividade e talento basta
ir ao Museu do mesmo nome do artista, em Amsterdã, e presenciar e comparar as
suas obras com as de outros artistas “clássicos”, sobre os mesmos temas e
figuras.
Rodin (impressionista) e Vigeland: mudando um pouco para a escultura, quem vai a Paris
não pode deixar de passear pelos jardins do Museu Rodin e apreciar a beleza,
criatividade, talento e trabalho, da “Porta do Inferno”, “Le penser”, “Les
bourgeois de Calais”, “O beijo” (de extrema sensualidade).
A “Porta do Inferno” esculpida em bronze e reboco, foi iniciada
em 1880 e finda em 1917. Com figuras as mais expressivas, algumas se sobrepondo
nuas umas sobre as outras, outras se contorcendo como que num “transe” as vezes
diabólico, numa dança de frenética horrores (minha interpretação), com expressões de
sofrimento, com a nuance do pensador encima, mão sob o queixo, como que
pensando, pensando (afinal trata-se do “Le penser”), imaginando, questionando. Somos
tomados por um misto de espanto e admiração. E quem é religioso? Nem sei.
Quem estiver interessado em compartilhar e desfrutar gratuitamente de uma "grandiosa" e verdadeira obra de arte vá ao Parque de Escultura de Guatav Vigeland (1869-1943), em Oslo.
São 212 esculturas de granito e bronze, diversas em tamanho natural, além do próprio Parque, desenhado pelo artista, com um obelisco central, onde o artista retrata passagens de sua vida. Não esculpiu todas as obras e teve a colaboração de outros artesãos, sob sua orientação. Vigeland trabalhou com Rodin (não sabia) e doou as suas obras ao governo. .
Na ponte estão distribuídas diversas esculturas, que realçam, entre outras coisas, as relações entre pais e filhos, no cotidiano da vida. Quem é pai ou mãe pode relembrar, com a singeleza e sutlileza das obras, os momentos de suas relações afetivas com os filhos, as suas brincadeiras (pai jogando o filho para o alto, como fazíamos) e os de tensão e educação (pai repreendendo filho). Recomendado também para os (as) saudosistas que gostem de relembrar os grandes amores.
Quem estiver interessado em compartilhar e desfrutar gratuitamente de uma "grandiosa" e verdadeira obra de arte vá ao Parque de Escultura de Guatav Vigeland (1869-1943), em Oslo.
São 212 esculturas de granito e bronze, diversas em tamanho natural, além do próprio Parque, desenhado pelo artista, com um obelisco central, onde o artista retrata passagens de sua vida. Não esculpiu todas as obras e teve a colaboração de outros artesãos, sob sua orientação. Vigeland trabalhou com Rodin (não sabia) e doou as suas obras ao governo. .
Na ponte estão distribuídas diversas esculturas, que realçam, entre outras coisas, as relações entre pais e filhos, no cotidiano da vida. Quem é pai ou mãe pode relembrar, com a singeleza e sutlileza das obras, os momentos de suas relações afetivas com os filhos, as suas brincadeiras (pai jogando o filho para o alto, como fazíamos) e os de tensão e educação (pai repreendendo filho). Recomendado também para os (as) saudosistas que gostem de relembrar os grandes amores.
Rembrant: na obra “A volta do filho pródigo”, texto bíblico,
Museu Hermitage, São Petersburgo, Rembrant mostra toda a sua genialidade,
criatividade e talento, com o cromatismo, a composição integrada às figuras
principais, a imagem perceptível do filho injuriado e enciumado, com a
luminosidade focada para o pai abraçando e perdoando o filho envergonhado e
ajoelhado, como que pedindo perdão, pelas suas aventuras e desperdício.
A arte, a cultura e a
lei
Anteriormente, havia comentado que o contexto cultural tem
uma grande importância sobre a criação de uma obra de arte, visão esta que vai
de confronto com a ideia de que a arte é sempre revolucionária, de contestação
dos padrões culturais. A história não confirma isto. Vejamos.
Arte rupestre: de extremo simbolismo sobre a atividade do ser
humano sobre o seu meio ambiente, esta arte espera que o que foi pintado se
realizará no mundo real (me parece ser a opinião de Hauser, já não possuo o seu livro).
Arte tribal (algumas): comunitária e socializante, invoca-se
através de máscaras e ritos de dança a presença dos bons espíritos, para que
contribuam nas boas colheitas. Por outro lado, através de máscaras horrendas pretende-se
espantar e afastar os maus espíritos que poderão interferir de forma perniciosa
na vida da tribo e na natureza, com prejuízos para a comunidade. Isso comprova que a arte não tem que ser necessariamente bela. Torna-se bela com os valores burgueses. E agora, mesmo com a alta burguesia tornou-se extravagante e horrível, em todos os aspectos.
Arte clássica: arte do Renascimento, que para o leitor um
pouco familiarizado não precisa de comentários extensivos, sendo importante lembrar que ocorreu num momento de grandes transformações e que os artistas deram grandes contribuições nesse desenrolar, com o apoio dos grandes “mecenas”, sendo um deles e o mais lembrado a família Médici, de Florença e
pela Igreja Católica. Afinal quem não conhece as contribuições de Da Vinci também para a ciência?
O Renascimento é antes de tudo um movimento cultural, do final da idade média, que busca um resgate dos valores e referências culturais (também estéticas) da antiguidade, mormente da Grécia, muito embora apresente suas peculiaridades, com Sandro Botticelli, Da Vinci, Donatello (escultura) e outros.
Também pode-se dizer, que após Nicolau Copérnico, com a teoria do Heliocentrismo, abrem-se as portas para o desabrochar da ciência moderna no século seguinte a sua morte. E os artistas desempenharam importante papel nessas transformações.
Na pintura nasce a perspectiva, cujo expoente máximo é Da Vinci, dentro de um equilíbrio pictórico, com uma figura central em realce, concentrando as atenções. Também Da Vinci e Botticelli dão expressão às individualidades dos personagens representados, o que não ocorria na Alta Idade Média. Muito das suas obras encontram -se no Museu Uffizi, em Florença.
Antes do passo seguinte, cabe uma pergunta. Porque será que Florença é tomada por pessoas de todos os cantos do mundo (inclusive uma multidão de asiáticos) que vão para apreciar estas obras clássicas? Será por ignorância em distinguir e dar o devido valor a uma obra de arte?
O Renascimento é antes de tudo um movimento cultural, do final da idade média, que busca um resgate dos valores e referências culturais (também estéticas) da antiguidade, mormente da Grécia, muito embora apresente suas peculiaridades, com Sandro Botticelli, Da Vinci, Donatello (escultura) e outros.
Também pode-se dizer, que após Nicolau Copérnico, com a teoria do Heliocentrismo, abrem-se as portas para o desabrochar da ciência moderna no século seguinte a sua morte. E os artistas desempenharam importante papel nessas transformações.
Na pintura nasce a perspectiva, cujo expoente máximo é Da Vinci, dentro de um equilíbrio pictórico, com uma figura central em realce, concentrando as atenções. Também Da Vinci e Botticelli dão expressão às individualidades dos personagens representados, o que não ocorria na Alta Idade Média. Muito das suas obras encontram -se no Museu Uffizi, em Florença.
Antes do passo seguinte, cabe uma pergunta. Porque será que Florença é tomada por pessoas de todos os cantos do mundo (inclusive uma multidão de asiáticos) que vão para apreciar estas obras clássicas? Será por ignorância em distinguir e dar o devido valor a uma obra de arte?
Barroco na pintura: uma arte que segundo Hauser nasce dos
conflitos religiosos entre católicos e protestantes. Ainda de acordo com o
autor, de grande importância seria “O Concílio de Trento”, uma reação da Igreja
Católica contra a Reforma Protestante, aproximando-se dos cidadãos comuns, dos
humanos.
Nesta arte os santos já não são diferentes dos seres humanos
comuns, são de carne e osso, até mesmo Cristo, aparecem velhos, com cicatrizes e
com feridas.
Um exemplo é a obra “Incredulidade de São Tomé”, de Caravaggio (uma das minhas prediletas) baseada na passagem bíblica em que São Tomé descrente da Ressurreição de Cristo afirma que precisa "ver", tocá-lo em Suas chagas, "para crer". A quem Cristo se dirige e afirma: "Tomé, porque me viste, acreditaste? Bem-aventurados os que não viram e creem". Daí a expressão tão comum: igual a São Tomé, precisa ver para acreditar.
Um exemplo é a obra “Incredulidade de São Tomé”, de Caravaggio (uma das minhas prediletas) baseada na passagem bíblica em que São Tomé descrente da Ressurreição de Cristo afirma que precisa "ver", tocá-lo em Suas chagas, "para crer". A quem Cristo se dirige e afirma: "Tomé, porque me viste, acreditaste? Bem-aventurados os que não viram e creem". Daí a expressão tão comum: igual a São Tomé, precisa ver para acreditar.
O impressionismo: muito influenciado pelo maquinismo (movimento), pela luminosidade e pelas revelações da fotografia. Rompe com os temas mitológicos, bíblicos e procura captar momentos da vida cotidiana.
Muda-se a arte, procura-se captar o instante, o momento, porque o objeto não nos parece o mesmo nos momentos diferentes. O que se pensava sobre a retratação a fotografia revela uma realidade diferente. Arte do cavalete vai para as ruas e locais descampados para captar o momento específico do objeto a ser retratado, com luminosidade.
Muda-se a arte, procura-se captar o instante, o momento, porque o objeto não nos parece o mesmo nos momentos diferentes. O que se pensava sobre a retratação a fotografia revela uma realidade diferente. Arte do cavalete vai para as ruas e locais descampados para captar o momento específico do objeto a ser retratado, com luminosidade.
Mudam-se as pinceladas, já não há tempo para uma demorada elaboração. Abandona-se definitivamente a perspectiva nos moldes do desenhado
clássico, sendo ela retratada pelo jogo de cores.
Há impressão sobre a obra de arte quando a observamos de longe, parecendo haver detalhes na composição, mas quando nos aproximamos a obra se reduz a pinceladas rápidas, muitas vezes espaçadas e livres (soltas).
Segundo Ferreira Gular é o início da abstração, com ele começa a morrer a pintura figurativa, já não se retrata o objeto em si, mas apenas impressões sobre ele. "A fidelidade do mundo natural transferira-se da objetivação para a impressão" (Etapas da arte contemporânea, Ed. Revan, 1998, p.289/290).
Para mim, encontramos um bom exemplo destas características nas obras de Claude Monet, "Ponte da Europa" e em "Gare Saint-Lazare". Maquinismo, movimento, luminosidade, fumaça que se dispersa instantaneamente.
Há impressão sobre a obra de arte quando a observamos de longe, parecendo haver detalhes na composição, mas quando nos aproximamos a obra se reduz a pinceladas rápidas, muitas vezes espaçadas e livres (soltas).
Segundo Ferreira Gular é o início da abstração, com ele começa a morrer a pintura figurativa, já não se retrata o objeto em si, mas apenas impressões sobre ele. "A fidelidade do mundo natural transferira-se da objetivação para a impressão" (Etapas da arte contemporânea, Ed. Revan, 1998, p.289/290).
Para mim, encontramos um bom exemplo destas características nas obras de Claude Monet, "Ponte da Europa" e em "Gare Saint-Lazare". Maquinismo, movimento, luminosidade, fumaça que se dispersa instantaneamente.
Dadá: arte que reflete a descrença na humanidade (niilismo),
no futuro e na ciência, aplicada para fabricação de artefatos destrutivos,
vivenciado na primeira grande guerra.
Para mim foi difícil percebê-la na pintura, mas com um
exemplo podemos melhor entende-la.
Numa representação artística aparece uma moça nova, com cara de
ingênua, vestida de colegial e talvez religiosa. Entra no palco e começa a gritar uma porção de
palavrões, com cenas também ofensivas e
pornográficas.
A ingenuidade era uma farsa, assim como foi a credibilidade
na ciência a serviço do homem. Caiu em desuso, mas as sua ideologia ainda está na base de toda arte que queira chocar e agredir. Um de seus expoentes foi Marcel
Duchamp, aquele do mictório, da roda de bicicleta sobre um cavalete e da Mona
Lisa com bigode.
"O Dadaismo era, acima de tudo, a expressão de uma atitude mental através da qual a juventude internacional chegava às convulsões sociais e políticas da época. Eles formulavam a sua oposição através de ações, reações e trabalhos artísticos visuais anárquicos, irracionais, contraditórios e literalmente sem sentido" (Arte Moderna - do impressionismo à atualidade, Ed. Taschen, 2016, p. 266). Os negritos são meus.
"O Dadaismo era, acima de tudo, a expressão de uma atitude mental através da qual a juventude internacional chegava às convulsões sociais e políticas da época. Eles formulavam a sua oposição através de ações, reações e trabalhos artísticos visuais anárquicos, irracionais, contraditórios e literalmente sem sentido" (Arte Moderna - do impressionismo à atualidade, Ed. Taschen, 2016, p. 266). Os negritos são meus.
Considerado um dos precursores da arte “Conceitual”,
cerebral, e do “ready made”. Na minha concepção não foi um grande artista, nem
produziu uma arte digna desse nome.
Muito inteligente era um espirituoso e muito bem articulado,
circulando nos principais meios artísticos da época.
Surrealismo: arte influenciada pelo “inconsciente” freudiano
e pelos sonhos. Não procura fazer da arte uma atividade racional, se
expressando de modo compulsivo, realçando o inconsciente.
Pop: ou "pop art", acho que o nome já é bastante significativo. Seu berço é a Inglaterra mas, logicamente, encontra o ambiente ideal para a sua propagação nos EUA, do pós-guerra, com o crescimento contínuo de sua economia, em virtude do consumo reprimido, no período de guerra, com a divulgação do "american way of life".
É uma arte que anda de braços dados com a publicidade. Se desejam se aprofundar basta consultarem a vida do artista pop Andy Wahrol. Evidentemente, sem críticas ao seu estilo todo pessoal de levar a vida. Entretanto, na minha opinião, não podemos deixar de reconhecer o elo entre o seu modo extravagante e a projeção midiática de sua arte. Um assunto para uma outra oportunidade.
Quanto ao seu expoente máximo, idolatrado, verdadeiro artista "pop", competindo em popularidade com as estrelas de Hollywood, Andy Warhol, por hora gostaria de dizer apenas, em poucas palavras, o que já disse em outro artigo neste blog.
Talvez o artista mais “midiático” de todos os tempos, seguindo os passos iniciados de Duchamp. De tanto repetir figuras em uma "suposta" crítica à sociedade de consumo (para alguns), ou mesmo realçar a uniformidade consumista, tornou-se “repetitivo”.
Segundo comentários nesse outro artigo, a ideia original de repetição das figuras não foi sua, embora a abraçasse melhor que ninguém e fizesse bem uso, com o seu poder “midiático”.
É uma arte que anda de braços dados com a publicidade. Se desejam se aprofundar basta consultarem a vida do artista pop Andy Wahrol. Evidentemente, sem críticas ao seu estilo todo pessoal de levar a vida. Entretanto, na minha opinião, não podemos deixar de reconhecer o elo entre o seu modo extravagante e a projeção midiática de sua arte. Um assunto para uma outra oportunidade.
Quanto ao seu expoente máximo, idolatrado, verdadeiro artista "pop", competindo em popularidade com as estrelas de Hollywood, Andy Warhol, por hora gostaria de dizer apenas, em poucas palavras, o que já disse em outro artigo neste blog.
Talvez o artista mais “midiático” de todos os tempos, seguindo os passos iniciados de Duchamp. De tanto repetir figuras em uma "suposta" crítica à sociedade de consumo (para alguns), ou mesmo realçar a uniformidade consumista, tornou-se “repetitivo”.
Segundo comentários nesse outro artigo, a ideia original de repetição das figuras não foi sua, embora a abraçasse melhor que ninguém e fizesse bem uso, com o seu poder “midiático”.
A Arte interativa é
arte?
Quando me refiro a arte interativa estou interessado nas
questões levantadas em geral pelo público brasileiro em reação as exposições em
Porto Alegre e São Paulo.
A indignação tomou conta contra as exposições com cenas que
para alguns seria contra a moralidade e aos bons costumes.
Inicialmente, tirando estes aspectos morais, procuro analisar
a presença de um “artista” nu que interage com uma criança sob os incentivos da
mãe de tocá-lo.
Sinceramente, não vejo nesta “arte” quaisquer traços de originalidade, talento artístico e muito menos
trabalho. O “nu” é um estado do ser
humano e para expô-lo não precisa-se de qualquer um desses elementos, que para
mim, são indispensáveis para classificar uma boa ou grande obra de arte, digna
de ser apreciada.
Ficamos neste estado quase todos os dias, quando vamos tomar
banho, fazer as necessidades fisiológicas ou fazer sexo. Nada há de
extraordinário neste ato, que possa ter a qualificação de uma obra de arte. A
única coisa a fazer é ficar nu e se expor ao público que visita o museu. Também
não precisa de inteligência, podendo ser qualquer um, inclusive uma pessoa
desprovida de inteligência, nem culta. Existem muitas pessoas talentosas que
não tiveram oportunidade de ter uma educação mais aprimorada e que poderiam até
alcançar o estrelato se pudessem usufruir desses meios e ter boas relações no
meio artístico.
Me parece que o mesmo, em certo sentido pode se dizer as
figuras sexuais expostas no museu de Porto Alegre, sob o patrocínio do Banco
Santander.
Cenas de sexo sempre existiram na Roma antiga, nas paredes
das casas dos comerciantes ricos de Pompeia, mas com uma conotação e dentro de
uma cultura totalmente diversa.
E este "simples" fato não significa que obrigatoriamente tenhamos que copiar e participar daqueles valores. Afinal de contas existiu e talvez ainda o "canibalismo" e nem por isso admitimos em nossa sociedade. Como também existiram e talvez existam sociedades em que o estupro e a relação sexual com "adolescentes" eram normais e faziam parte do debate sobre os calores éticos - Grécia (não quero emitir julgamento sobre vídeos atuais atuais vídeos publicados no Face ou Internet). Fiquemos por aqui, pois o assunto me parece óbvio demais para ficar discutindo sobre isto.
Não faz muito tempo que no Brasil e em outros diversos países existia a escravidão. Por acaso, alguém concorda em reimplantá-la? E este novo sentimento é um valor ético ou apenas uma questão de força? Se a escravidão acabou-se por uma imposição moral burguesa, com suporte em questões econômicas e mercadológicas, pouco interessa nesse momento, ou melhor, interessa aos historiadores e demais pessoas que querem pautar o seu comportamento levando em consideração novos valores morais, mesmo porque não participaram dos anteriores e não possuem os vícios e condicionamentos que marcaram aquela época. Então aplaudamos o fim da escravatura, criando barreiras para que situações semelhantes não voltem a acontecer com povos mais humildes e economicamente vulneráveis.
Não faz muito tempo que no Brasil e em outros diversos países existia a escravidão. Por acaso, alguém concorda em reimplantá-la? E este novo sentimento é um valor ético ou apenas uma questão de força? Se a escravidão acabou-se por uma imposição moral burguesa, com suporte em questões econômicas e mercadológicas, pouco interessa nesse momento, ou melhor, interessa aos historiadores e demais pessoas que querem pautar o seu comportamento levando em consideração novos valores morais, mesmo porque não participaram dos anteriores e não possuem os vícios e condicionamentos que marcaram aquela época. Então aplaudamos o fim da escravatura, criando barreiras para que situações semelhantes não voltem a acontecer com povos mais humildes e economicamente vulneráveis.
Também na Índia o Kama Sutra, com diversas
posições de sexo. Mas lá, estas fotos e desenhos não são considerados arte, pois não existe
originalidade e o talento se reduz a um belo ou não belo desenho de sexo.
Ou seja,
também neste caso não precisamos de criatividade nem de talento. Qualquer um de
nós com um pouco de aprendizado pode fazer um desenho sobre sexo a dois, a
três, com penetração e outras práticas.
Outrossim, se estes desenhos fogem aos padrões usuais com cenas
de sexo entre humanos e animais, pessoas do mesmo sexo e crianças, não há nada
que possa qualifica-la como obra de arte. Ficam no mesmo nível ou pior no
caso da zoofilia. Muitas crianças nas regiões agrícolas, onde o convívio com os
animais é próximo praticam esses atos de zoofilia. Mas, qual a necessidade de
expô-los?
Diga-se de passagem que há anos filmes e fotos dessas
relações sexuais, com animais, com pessoas do sexo posto ou do mesmo sexo, com
diversas pessoas participantes (conhecida como suruba) são expostos em lugares
reservados, sem exposição pública.
O mesmo se diga do “artista” que com uma imagem santa,
destrói esta imagem, esfregando-a perto dos órgãos genitais, cobertos apenas
com um pano, localizado exatamente no órgão.
Não há neste ato, como nos outros, nada de construtivo, mas
destrutivo tanto artisticamente, como culturalmente. Para que uma atividade
seja elogiada e apreciada como obra de arte, deveria ter ou tem que apresentar algo
construtivo. Como ser arte fosse o ato de destruir.
A nossa cultura é de uma sociedade religiosa, embora muitos
possam optar pela falta de religião. E este preceito está previsto na
Constituição, assim como no Código Penal, no seu artigo 208, que trata dos “CRIMES
CONTRA ATOS RELIGIOSOS”.
“Escarnecer de alguém publicamente,
por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou
prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto
religioso”.
O artista que ter o direito de se expressar, mas todo direito
tem limites, e é regulado por lei. Não exista esta total liberdade de
expressão, posto que a lei define os seus impedimentos e os modos de
expressá-los. Quer se expressar não respeitando os sentimentos religiosos e
morais dos outros, invadindo a privacidade do lar e da educação.
Escarnecer significa zombar ou ridicularizar alguém ou alguma
coisa (Dicionário online); ironizar, zombar, achincalhar, caçoar, troçar
(sinônimos.com.br).
Vilipendiar: destratar ou humilhar, tratar com desdém,
menosprezar, ofender através de gestos ou ações. (sinônimos. com.br).
Portanto, deduz-se que todos os religiosos cristãos, assim
com a Instituição Igreja Católica e demais crenças cristãs, estão sendo
destratados, desrespeitados, achincalhados, zombados, ofendidos.
Sacrilégio significa profanação de lugares, objetos e pessoas
que apresentam caráter sagrado ou o ato de desrespeito daquilo que é tido como
sagrado (www.significados.com .br).
E profanar é ato de sacrilégio, mau uso das coisas dignas de
apreço (Priberam), desrespeitar, ofender, macular.
“verbo que está relacionado com o faltar o respeito a algo religioso
ou sagrado. Ao profanar, por conseguinte, desonra-se, ultraja-se uma coisa que,
pelas suas características, merece respeito, em “Conceito de profanar”, https://conceito. de >profanar.
Quanto aos problemas culturais. Mostrei diversos exemplos da
influência da cultura na arte, de forma construtiva e não destrutiva.
Lembro que ainda persiste em nosso Código Penal o Capítulo VI
– DO ULTRAJE AO PUDOR”, cujos artigos 233 e 234 tratam do “Ato obsceno” e “Escrito ou objeto obsceno”.
Art. 233 – Praticar ato obsceno em
lugar público, ou aberto ou exposto ao público:
Sem comentários. Tudo a ver.
Conclusão
Não restam dúvidas que o gostar e a interpretação sobre criatividade e talento têm algo ou muito de "subjetividade". Somos a interação da cultura, dos neurônios e de experiências individuais, sem falar na sinapses, no inconsciente e na genética.
Parafraseando Eagleman: "a realidade é uma construção do nosso cérebro" (p. 39) e "para ver, não basta ter olhos" (p. 44), comparável ao antigo provérbio "cada um ver o que quer", que traduzido hodiernamente seria "cada um ver o que o seu cérebro permite" Os nossos órgão sensoriais cumprem a missão de enviar informações aos neurônios, transformadas em sinais eletromagnéticos, que são processados pelo cérebro, pela interação de diversos "órgãos" que o compõem.
Podemos não gostar, uma manifestação particular, porque tal fato nos remete para situações que vivenciamos, ou por qualquer outro motivo (as cores não me agradam), mas o importante é saber separar este não gostar do saber-reconhecer a criatividade e o talento.
Se a "realidade" não corresponde ao que se vê, acredito que sempre haverá espaço para a arte figurativa, porque podemos retratá-la sob diversas formas e técnicas, conforme se pode constatar pelas diversas formas de representação na história da arte (classicismo, barroco, impressionismo, expressionismo, pop).
E haverá sempre algo de "misterioso" no ser humano, da sua personalidade, da sua loucura, da sua desrazão e "alma", inseparáveis do seu comportamento, que nos fascina e que poderá ser retratado pelo artista, de acordo com a sua "realidade". Também a natureza pode ser retratada com criatividade e talento, como bem nos mostraram Monet e Cezanne.
O ser humano pode não ser o centro do Universo mas será sempre o centro da cultura, da história e do seu próprio destino. Sem ele não há história nem cultura, ele é o criador. E é isso que o distingue das demais espécies.
A "morte" temporária da arte figurativa trouxe também consigo, em seu germe, de forma desmedida, a extravagância, a falta de bom senso, a ausência de estética, o "oportunismo" desenfreado. Mas a história da humanidade, à semelhança de um pêndulo, é também a história de estabelecer e romper conceitos, até que os novos padrões sejam estabelecidos e novamente rompidos.
Não vamos ao radicalismo de também anunciar e querer a morte da arte abstrata, ou de qualquer outra que traga eu seu bojo a criatividade, o talento e o trabalho. Quero sim, a morte dessa arte que nada acrescenta, cujo objetivo é chocar para se firmar e que traz danos irreparáveis à sociedade.
Outrosssim, é indubitável que estes verdadeiros gênios, acima citados, alguns com contribuições para a ciência, como Da Vinci, possuidores de uma originalidade, criatividade e talento incomuns, muito além dos seres normais, se submeteram a um trabalho exaustivo e árduo para apresentar as suas obras primas, que tanto nos impressiona e nos conquista após séculos ou décadas.
Não restam dúvidas que o gostar e a interpretação sobre criatividade e talento têm algo ou muito de "subjetividade". Somos a interação da cultura, dos neurônios e de experiências individuais, sem falar na sinapses, no inconsciente e na genética.
Parafraseando Eagleman: "a realidade é uma construção do nosso cérebro" (p. 39) e "para ver, não basta ter olhos" (p. 44), comparável ao antigo provérbio "cada um ver o que quer", que traduzido hodiernamente seria "cada um ver o que o seu cérebro permite" Os nossos órgão sensoriais cumprem a missão de enviar informações aos neurônios, transformadas em sinais eletromagnéticos, que são processados pelo cérebro, pela interação de diversos "órgãos" que o compõem.
Podemos não gostar, uma manifestação particular, porque tal fato nos remete para situações que vivenciamos, ou por qualquer outro motivo (as cores não me agradam), mas o importante é saber separar este não gostar do saber-reconhecer a criatividade e o talento.
Se a "realidade" não corresponde ao que se vê, acredito que sempre haverá espaço para a arte figurativa, porque podemos retratá-la sob diversas formas e técnicas, conforme se pode constatar pelas diversas formas de representação na história da arte (classicismo, barroco, impressionismo, expressionismo, pop).
E haverá sempre algo de "misterioso" no ser humano, da sua personalidade, da sua loucura, da sua desrazão e "alma", inseparáveis do seu comportamento, que nos fascina e que poderá ser retratado pelo artista, de acordo com a sua "realidade". Também a natureza pode ser retratada com criatividade e talento, como bem nos mostraram Monet e Cezanne.
O ser humano pode não ser o centro do Universo mas será sempre o centro da cultura, da história e do seu próprio destino. Sem ele não há história nem cultura, ele é o criador. E é isso que o distingue das demais espécies.
A "morte" temporária da arte figurativa trouxe também consigo, em seu germe, de forma desmedida, a extravagância, a falta de bom senso, a ausência de estética, o "oportunismo" desenfreado. Mas a história da humanidade, à semelhança de um pêndulo, é também a história de estabelecer e romper conceitos, até que os novos padrões sejam estabelecidos e novamente rompidos.
Não vamos ao radicalismo de também anunciar e querer a morte da arte abstrata, ou de qualquer outra que traga eu seu bojo a criatividade, o talento e o trabalho. Quero sim, a morte dessa arte que nada acrescenta, cujo objetivo é chocar para se firmar e que traz danos irreparáveis à sociedade.
Outrosssim, é indubitável que estes verdadeiros gênios, acima citados, alguns com contribuições para a ciência, como Da Vinci, possuidores de uma originalidade, criatividade e talento incomuns, muito além dos seres normais, se submeteram a um trabalho exaustivo e árduo para apresentar as suas obras primas, que tanto nos impressiona e nos conquista após séculos ou décadas.
O que ainda não consegui entender e acredito que ninguém se
convencerá disto com argumentos plausíveis é como um(a) cidadão(ã) pretende ser
portador de uma genialidade tão imensa que precisará apenas apresentar uma
ideia qualquer, mirabolante, para ser considerado um artista genial, digno dos
maiores elogios e admiração, mais até do que os já citados, sem colocar à prova
a sua competência, originalidade e o seu talento, enriquecidos e aprimorados
pelo trabalho árduo.
Temos que admitir uma dessas hipótese e fazer uma opção:
1)ou somos uns verdadeiros idiotas e estamos sendo enganados há
anos;
2) ou a genialidade destes novos pretendentes é muito
superior a de seus antepassados e, por isso, não conseguimos entendê-los;
3) ou, então, são uns verdadeiros charlatões, que se auto-intitulam
gênios e que por isso não precisam trabalhar para comprovar as suas supostas genialidades.
E estão a nos ludibriar.
Das três hipóteses acredito que ninguém em sã consciência fará
uma opção pelas duas primeiras.
Na realidade esses novos protagonistas são tão descarados que
circulam com a maior desenvoltura e com uma aura de super-gênios, sem quaisquer
constrangimentos e até se ofendem de não serem tratados e admirados como tal. Estão
a praticar uma outra arte, a do convencimento e parece que estão sendo bem
sucedidos.
O momento atual é de uma crise profunda da arte, dos valores
sociais, com um desprezo pelo trabalho, principalmente em relação àquelas
pessoas que se dedicam com esforço e zelo a uma atividade profissional,
construindo e contribuindo, para no final levarem para casa a recompensa de
seus esforços.
Esta arte, para mim e acredito para tantos outros, é a arte daqueles
que não têm talento e não querem trabalhar, dos preguiçosos e enganadores, que
possuem se utilizam do despudor, que muitos do passado não tiveram, para chocar
e agredir a sociedade e a própria arte. São os assassinos da arte.
Pessoas totalmente despreparadas, sem talento e criatividade,
que vivem na sombra do que acreditam ser, ludibriando, enganando e tomando os
espaços daqueles que querem contribuir e têm os atributos para tal. As suas
artes não são belas nem construtivas,
padecem do mal e do vício da preguiça, pois a falta de criatividade e talento
não são vícios.
Não estamos interessados em seus nudismos porque também sabemos
fazer nos despir, com a diferença de ser nos momentos apropriados, nem em cenas
de sexo de mal e mau gosto, porque
também sabemos fazer isto e existe uma infinidade de revistas muito mais
interessantes e talentosas. São tão desprovidos de qualquer talento que nem
mesmo sabem explorar a sensualidade do corpo.
Toda sociedade, por mais elementares, possuem códigos morais,
éticos, legais e algumas religiosos que são as ligaduras que lhes dão
consistência para existirem como sociedade. Estes códigos mudam, se
transformam, por diversos motivos.
Mas para se transformarem não precisam ser vilipendiados,
ridicularizados e negativamente agredidos, sob pena desses elos sociais se
romperam e ameaçarem a sobrevivência social.
Como tudo na vida existem transformações (com
letras minúsculas) e “TRANSFORMAÇÕES”, sendo estas
últimas as que dignificam a existência do ser humano.
Não admiro esta “arte” por que:
1)
sei
fazer o que eles fazem, se duvidarem, melhor e com mais elegância;
2)
meus
códigos não permitem e tenho filhos e netos;
3)
e
o mais importante: felizmente tive a oportunidade de ver, aprender, admirar uma
“verdadeira” arte, de conteúdo inegavelmente superior, em todos os aspectos, mais
bonita, que não me traz repulsa, que encanta aqueles que não só aprenderam, desenvolveram
e adquiriram, mas que também nasceram com o senso do ridículo e do bom gosto;
Quero que seja transmitida para as crianças, que ainda não
possuem o amadurecimento emocional e intelectual suficientes, uma arte
educativa e construtiva, de acordo com os códigos legais, morais e éticos, que
respeite a religiosidade das outras pessoas e que não me traga repulsa.
Permitam-me transcrever uma parte do livro “NEURO ECONOMIA”, o
Capítulo 6, tópico “cérebros: adolescentes e adultos”, de José Eduardo
Carvalho. É interessante e instrutivo:
“Os comportamentos superiores (atitudes), incluindo as funções de
aprendizagem e de conhecimento, fazem intervir um nível de organização superior
aos instintos e dos afetos – o neocortex. Aqui fazemos nossos juízos de valor
sociais, ponderamos opções, planeamos futura e avaliamos nosso comportamento.
Segundo Jay Gield, cientista na área de neuroimagiologia, do Instituto Nacional
para a Saúde Mental dos EUA, este <<cérebro executivo>> é o último
a alcançar a maturidade, não atingindo o nível adulto antes dos 25 anos. Durante
a puberdade, temos paixões , desejo sexual, energia e emoções como um adulto,
mas o controlo destas emoções só acontece muito mais tarde. Talvez não seja de
admirar que os adolescentes careçam de capacidade para ajuizar por si mesmos ou
para refrear os impulsos. Nos EUA os jovens voltam aos 18 anos, mas só podem
alugar um automóvel aos 25 anos.
[...] O cérebro do adolescente é diferente do cérebro do um adulto. Os
adultos usam o córtex-frontal para processar a informação. Um córtex-frontal activo
é sinal de maturidade emocional e inteligência. Os adolescentes utilizam uma
parte mais antiga do cérebro – a amígdala – para processar a informação. A amígdala, uma pequena região
do sistema límbico, foi uma das primeiras estruturas a desenvolver-se à medida
que o cérebro evoluiu. É onde estão as reações instintivas, como a raiva e o
medo. Quando estimulada eletricamente os animais respondem com agressão”, p .136.
Ainda sobre o assunto cito David Eagleman, em "O cérebro":
"Para além do desconforto social e da hipersensibilidade emocional o cérebro do adolescente esta configurado para correr riscos. Seja conduzir a alta velocidade ou enviar mensagens com fotos de nus, os comportamentos de risco são mais tentadores para o cérebro do adolescente do que para o cérebro do adulto" (p.23).
Ainda sobre o assunto cito David Eagleman, em "O cérebro":
"Para além do desconforto social e da hipersensibilidade emocional o cérebro do adolescente esta configurado para correr riscos. Seja conduzir a alta velocidade ou enviar mensagens com fotos de nus, os comportamentos de risco são mais tentadores para o cérebro do adolescente do que para o cérebro do adulto" (p.23).
Mas, por mais que venham a ser problemas de ordem neurológicas ou psíquicas, a convivência em sociedade exige regras, leis, sob pena de se romperem os elos sociais.
Por este motivo, nos países com uma legislação mais evoluída existem normas de proteção à criança e ao adolescente. No Brasil, além do Código Penal, elas estão normatizadas no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). No seu artigo 1º está dito:
“Esta lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente”.
No mesmo sentido (de proteção ao menor) normatiza o Código
Penal no capítulo “DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERÁVEL”, cujo artigo 217-A
reproduzo:
“Ter conjunção carnal ou praticar ato
libidinoso com menos de 14 “catorze) anos:
Pena: reclusão, de 8 (oito) a 15
(quinze) anos.
Não pretendo entrar em mais comentários legais sobre este
assunto, porque os leitores poderão consultar a legislação, bem como os
comentários e as decisões judiciais sobre o assunto. E este não é o objetivo imediato deste artigo.
Ora, vamos discutir o assunto com base em estudos científicos
e porque não também com base nos princípios éticos, morais e legais? Afinal de
contas crianças e adolescentes estão sob a tutela dos pais, não fazem leis, não
ditam normas de comportamento, embora possamos e devamos ouvi-los, para melhor protege-los,
ajudá-los nos seus anseios e a desenvolver um espírito cooperativo, base de
todas as sociedades, por mais contradições que nela possam existir.
E porque não levarmos em consideração os aspectos religiosos,
enquanto eles participam da construção ética, moral e legislativa da sociedade?
Onde existem os feriados religiosos, que todos adoram e a Constituição (Carta Magna)
garante a “Liberdade de expressão” (manifestação de pensamento) e a “Liberdade de
consciência, crença e culto”, previstos nos incisos IV a VIII, do artigo 5º.
VI – “ É inviolável a liberdade de
consciência e de crença, sendo assegurado o livro exercício dos cultos
religiosas e garantia, no forma da lei, a proteção aos locais de culto e as
suas liturgias”.
Citando Rui Barbosa: “Fora da lei não há salvação”. Que se
mude a lei, mas não agredindo de forma vã e vulgar os padrões sociais.
Também por uma questão ética, moral, legal, enfim de “princípios”
lógicos, quero para elas (crianças) uma arte que aprendi a admirar, que está acima
das minhas capacidades intelectuais em realiza-la e da grande maioria dos
mortais.
Uma arte que constrói e dignifica o ser e a existência
humana, na qual exista criatividade, originalidade, talento e muito trabalho,
que junto dos códigos éticos, morais e legais, são os atributos que
diferenciam o “ser humano”.
Uma arte construtiva e não destrutiva, que reforce os elos
sociais, mesmo modificando-os quando necessário, que sirva de exemplo, que nos
traga orgulho, glorifique e dignifique a existência humana. Uma sociedade não sobrevive sem trabalho, quer gostemos ou
não, pois esta é a sina humana.
Então, que este trabalho seja adornado com criatividade e
talento, enfim elevado às condições que nos distinguem, para que sejam
aliviados os fardos da vida.
Depois de assistir tudo isto, diante dessa essa avassaladora investida anti-artística, que a quase todos choca, não deixa de vir à minha mente o "Poema das sete faces", de Drummond:
"Mundo mundo vasto mundo/ se eu me chamasse Raimundo/ seria uma rima, não seria solução/ Mundo mundo vasto mundo/ mais vasto é o meu coração".
Depois de assistir tudo isto, diante dessa essa avassaladora investida anti-artística, que a quase todos choca, não deixa de vir à minha mente o "Poema das sete faces", de Drummond:
"Mundo mundo vasto mundo/ se eu me chamasse Raimundo/ seria uma rima, não seria solução/ Mundo mundo vasto mundo/ mais vasto é o meu coração".
Proposta
Diante de tanta insensatez, para finalizar vou propor uma arte
mais radical, chocante e agressiva.
Vou propor a um museu colocar um vaso sanitário ou pinico no centro e contratar um artista "interativo", para, na medida do possível, fazer suas necessidades fisiológicas a vista do público, inclusive crianças.
Depois as crianças, ou quem quiser, poderão entrar em uma fase interativa com os excrementos do "artista", tocando-os, amassando-os, cheirando-os e quem sabe no final as crianças, depois de sentirem todas essa sensações "tão especiais" para a arte, poderão esfregá-los na cara do artista.
Afinal os antigos também cagavam e as crianças, na tenra idade gostam de brincar com merda, espalhando-a e compartilhando. Esclareço, desde já, que qualquer proposta semelhante considerarei plágio e entro com uma ação de danos.
Quero ganhar honestamente com este talento que Deus me deu, participando dos ganhos do artista ou do museu, já que a lei me protege e me permite a liberdade de expressão.
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